João villanova
Graduando-se engenheiro-arquiteto pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, Artigas se envolveu ainda estudante com um grupo de artistas de vanguarda (dentre os quais destacar-se-ia mais tarde o pintor Alfredo Volpi) conhecido como Grupo Santa Helena, devido ao seu constante interesse pela atividade do desenho — tema cujo estudo viria a se tornar um dos elementos mais presentes em sua obra.
Tendo se tornado professor da Escola Politécnica, Artigas fez parte do grupo de professores que deu origem à Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU). Tornou-se um dos professores mais envolvidos com os rumos desta nova escola: é de sua autoria o projeto de reforma curricular implantado na década de 1960 que redefiniria o perfil de profissional formado por aquela escola e foi responsável, junto ao arquiteto Carlos Cascaldi, pelo projeto da nova sede da Faculdade: um edifício localizado na Cidade Universitária Armando de Salles Oliveira que leva seu nome e sintetiza seu pensamento arquitetônico. A reforma curricular desenhada por Artigas foi também importante ao definir uma séria de novas possibilidades de prática e atuação profissional aos novos arquitetos, associando a eles áreas como o desenho industrial e a programação visual, a partir da crença de que tal profissional deveria participar ativamente no desenvolvimento de todos os processos industriais requeridos pelo projeto nacional-desenvolvimentista então em voga no país.
Em 1969, por determinação do regime militar vigente no país, foi afastado da FAU e obrigado a se exilar brevemente no Uruguai, devido à sua ligação com o Partido Comunista Brasileiro (PCB). Embora tenha vivido no Brasil na década de 1970, foi impedido de atuar plenamente pelo regime. Seu retorno à faculdade se deu em 1979 - fruto do processo de anistia instaurado no país a partir daquele ano - e foi celebrado pelos alunos. Continuaria a lecionar na FAUUSP até sua morte, em 1985, ano em que lhe é atribuído o cargo de professor titular. Ironicamente, neste período de redemocratização, foi professor da disciplina Estudos de Problemas Brasileiros, criada pela ditadura militar e imposta pelo regime às faculdades brasileiras como instrumento de controle ideológico. Durante este curso, subverteu o programa clássico da disciplina e levou à FAU diversas personalidades do mundo artístico, político e cultural, intelectuais de esquerda que também haviam sido perseguidos pelo regime, entre eles o pintor Aldemir Martins, o ator Juca de Oliveira e o então cardeal-arcebispo de São Paulo D. Paulo Evaristo Arns.
Em São Paulo
FAU-USP
Morumbi
- 1946 - Edifício Louveira, no bairro de Higienópolis
- 1960 - Estádio do Morumbi
- 1961 - Garagem de barcos do Santa Paula Iate Club
- 1962-1969 - Edifício-sede da FAU-USP, na Cidade Universitária da Universidade de São Paulo
- 1966 - "Casinha", no bairro de Campo Belo
Em Guarulhos
- 1968-1972 - Conjunto habitacional Zezinho Magalhães Prado (popularmente conhecido como Parque CECAP)
- 1961 - Inaugurado Ginasio Estadual de Guarulhos (hoje E.E. Conselheiro Crispiniano) - http://www.conselheirocrispiniano.com.br
Em Itanhaém
- 1959 - Escola de Itanhaém
Em Londrina
Em Curitiba
- 1946 - Dupla residencia para seus irmãos
- 1946 - Hospital São Lucas
- 1953 - Residência Bettega
- Residência Niclevicz
Em Jaú
- 1971 - Estádio Zezinho Magalhães
- 1973 - Estação Rodoviária
- 1973 - Edifício do Paço Municipal (Prefeitura)